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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Estrada de Ferro Madeira Mamoré poderá ser reconhecida como Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco


O documento, apresentado na solenidade pela deputada federal Marinha Raupp, está sendo proposto pelo procurador do Iphan no Estado, Ricardo Leite, com objetivo de recolher assinaturas suficientes para a consulta inicial junto à Unesco.

A lendária Estrada de Ferro Madeira Mamoré, cujo centenário foi comemorado em agosto, poderá ser reconhecida, nos próximos anos,como Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco.O primeiro passo foi dado na última sexta-feira (9), em Guajará-Mirim, durante a cerimônia de inauguração do novo museu ferroviário – que funcionará no histórico prédio da antiga estação ferroviária.

Totalmente reformado de acordo com sua arquitetura original, o prédio foi entregue à população de Guajará-Mirim pelo governador Confúcio Moura. Na oportunidade, o governador foi convidado a assinar a petição do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que dará início ao longo processo de reconhecimento internacional da ferrovia.

O documento, apresentado na solenidade pela deputada federal Marinha Raupp, está sendo proposto pelo procurador do Iphan no Estado, Ricardo Leite, com objetivo de recolher assinaturas suficientes para a consulta inicial junto à Unesco.


Arqueologia

Na mesma solenidade estiveram presentes os diretores do Instituto de Estudos Históricos do Peru (Inehpa), Francisco Pantigoso e Oscar Hare. A convite do governo de Rondôni, eles visitaram as ruínas da ferroviae fizeram um levantamento prévio desses locais.

Durante dois dias, os pesquisadores peruanos percorreram antigas estações e pontes de ferro, que estão literalmente abandonadas desde que a ferrovia foi desativada, no final da década de 1960. Eles destacaram a importância histórica da Madeira-Mamoré, mas alertaram que muito trabalho terá que ser feito antes que a ferrovia possa se candidatar junto à Unesco.

“As instalações devem estar em perfeitas condições, é fundamental mostrar que existe uma preocupação local em se preservar tão importante material do ponto de vista da história e da formação do Estado de Rondônia”, diz Pantigoso. “Do contrário, será inútil pensar em reconhecimento internacional”, confirma.


Instituto

Com mais de 30 anos de experiência no âmbito da investigação histórico-arqueológica, incluindo as batalhas e acontecimentos históricosdos séculos XIX e XX, o Inehpa conta com ummuseu em Lima, no Peru, e uma trajetória internacional de cooperação técnica na preservação de armas, como as utilizadas durante as batalhas do Acre e também da Guerra do Paraguai.

Contando com técnicos, arqueólogos, historiadores e investigadores de alto nível, contribuindo inclusive para o processo que resultou na escolha da cidade inca de Machu Pichu como Patrimônio da Humanidade, o Inehpa vem a Rondônia para contribuir no processo que envolve a Madeira-Mamoré.

“Rondônia tem um material maravilhoso, mas necessita ser preservado para que a ferrovia reúna condições de ser examinada pelos peritos da Unesco”, ressalta Oscar Hare.Para o embaixador do Peru no Brasil, Jorge Bayona, além do reconhecimento das Nações Unidas, esta poderá ser também uma oportunidade para reativar um trecho da Madeira-Mamoré para passeios turísticos de trem.


Cooperação

No fim de semana, a sala de conferências da antiga Estação da ferrovia em Porto Velho foi palcodo evento “Cooperação Cultural e Turística de Brasil e Peru no Centenário da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM)”.

O encontro,promovido pela Secretaria Estadualdos Esportes, da Cultura e Lazer (Secel), Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Turismo (Semdestur), Superintendência Estadual de Turismo de Rondônia (Setur) e Fundação Municipal Iaripuna, com apoio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Social (Sedes), teve como palestrantes os diretores do instituto Inehpa, de Lima (Peru).

Neste encontro cultural, além das visitas aos campos históricos por onde passou a estrada e as visitas protocolares, foram apresentados os trabalhos de investigação realizados em diversos países, gerando escavações arqueológicas, preservação de pecas antigas de diverso material e a montagem de museus de sítio.

Diretor do Inehpa e um dos maiores especialistas latino-americanos em estudos sobre ferrovias, o conferencista peruano ElioGalessio destacou a“necessidade de se preservar em Rondônia esse grande passado ferroviário, tendo em conta diversas propostas museológicas e turísticas já existentes no mundo”.


Assessoria

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