Chuva deixa dezenas de caminhões presos em atoleiros em Mato Grosso

Além do ônibus, dezenas de caminhões estão parados nos lamaçais que se multiplicam na MT-170, entre os municípios de Castanheira e de Aripuanã. 

A chuva forte dos últimos dias deixou dezenas de caminhoneiros e de passageiros de ônibus presos em uma estrada do interior de Mato Grosso. O repórter Jonas Campos está lá e conseguiu transmitir imagens que ilustram a gravidade dessa situação.    

O ônibus com destino ao nordeste de Mato Grosso tentou passar e não conseguiu. A viagem de 180 quilômetros começou na segunda-feira.

A dona de casa Eliane Soares Caldeira Vieira está preocupada. O filho dela tem uma hérnia e precisa de atendimento médico.

"Se a hérnia estourar, é perigoso. Leva à morte”, diz ela.

Sofrimento à noite e de dia. Hoje, Eliane e a família saíram do ônibus e caminharam um quilômetro pelo lamaçal para procurar socorro em um vilarejo.

"A gente paga tudo. Acho que a gente podia ter pelo menos consideração aqui. A gente tem o direito de andar bem”, acrescenta a dona de casa.

Além do ônibus, dezenas de caminhões estão parados nos lamaçais que se multiplicam na MT-170, entre os municípios de Castanheira e de Aripuanã. Há muita lama. Não é possível caminhar. Parece que os pés estão grudados no chão. Imagina um caminhão com toneladas. Estão sem condições de sair de lá. Os motoristas pedem para que pare de chover e chegue logo ajuda.

Um motorista tentou ajudar o outro, mas nem a força de dois caminhões foi suficiente para retirar as carretas dos atoleiros. Eles reclamam dos prejuízos.

"Quebrou tudo, grampo, mola, arrancou os parafusos do caminhão. Acabou com o caminhão”, lamentou o motorista Cleberson Barbosa.

Em meio a tanto sofrimento, os caminhoneiros testemunharam a morte de um colega. Valteni Augusto Ferreira, que tinha 49 anos, estava preso em um atoleiro. Ele sentiu dores no peito de madrugada. Colegas tentaram levá-lo para uma cidade próxima, mas a estrada estava toda bloqueada pelo lamaçal.

O governo de Mato Grosso lançou um programa emergencial para recuperar as estradas e culpou a chuva forte deste ano pelos problemas. Nesta quinta, duas escavadeiras foram mandadas para a região dos atoleiros para tentar liberar os veículos.

Muitos caminhoneiros dizem que a ajuda vai chegar tarde demais. Eles transportam produtos que já estão em falta nas cidades da região, e muitos alimentos não servem mais para o consumo.

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G1 MT / Imagens Facebook