O Governo Federal liberou a exportação do peixe pirarucu cultivado em cativeiro em Rondônia. Os peixes deverão ser cadastrados eletronicamente por meio de microchips. O Estado será o primeiro do País a receber o projeto piloto. Com a iniciativa, a estimativa de produção é de 800 mil toneladas da espécie em 2012.
A autorização ocorreu na última quarta-feira (21), em Brasília. O secretário do Desenvolvimento Social (Sedes), Edson Vicente, explica que antes a lei proibia a exportação da carne. “A criação da espécie em cativeiro já vem sendo criada há algum tempo no Estado. Antes, a exportação era proibida pelo Ibama devido ao peixe estar em extinção”, explicou Vicente.
De acordo com o secretário, os Estado Unidos será um dos principais mercados de exportação da iguaria amazônica. “ Eles devem comprar uma quantidade razoável de pirarucu. Atualmente não possuímos a quantidade do peixe que os americanos necessitam. Hoje eles comprariam em larga escala toda produção que temos”, disse Vicente.
Regras
O produtor interessado em criar pirarucus em cativeiro tem até 90 dias para solicitar ao ministério da Pesca e ao Ibama uma vistoria da propriedade. Serão cadastradas as matrizes, com o registro das principais características dos peixes. Os dados serão armazenados em um microchip, que facilitará a exportação do pescado. O controle eletrônico também vai registrar a identidade genética dos peixes, permitindo que os exemplares sejam rastreados desde o nascimento.
No primeiro semestre de 2012, o acordo deve ser ampliado a todos os estados produtores. A venda de pirarucu capturado na natureza continua proibida. “O controle será rigoroso, todas as matrizes terão chips. Os criadores que pretendem iniciar o trabalho de criador de pirarucu terão que fazer um cadastro no Ministério da Pesca e Aquicultura para a entidade distribuir a autorização da exportação do animal”, afirmou.
O ministro da Pesca e Aquicultura, Luiz Sérgio, disse que a medida é o ponto inicial para o desenvolvimento do cultivo de pirarucus para exportação. “Rondônia será o primeiro estado [a receber criações autorizadas de pirarucu em escala comercial]. A partir dele virão outros e a criação de pirarucus poderá se estender pelo Norte e Nordeste do país. Logo veremos o pirarucu sendo servido em restaurantes de países como França, Alemanha e Japão”.
Produção para 2012
Ainda de acordo com o titular da Sedes, o Estado pode exportar aproximadamente 800 toneladas de carne de Pirarucu. “Fechamos uma parceria com a empresa Mar & Terra, que entra com o aumento da produção de alevinos, tecnologia e abrindo o mercado para a exportação. Segundo a empresa, Rondônia deve produzir 800 toneladas do peixe. Com a previsão para 2014 de 5 mil toneladas”, destacou.
Tambaqui
Rondônia também se destaca pela exportação do peixe tambaqui. Atualmente O Estado produz 15 mil toneladas da espécie por ano, deste total, 80% é exportada para o Estado do Amazonas. O pescado possui a maior quantidade da piscicultura do Estado.
“Temos o programa Água Produtiva, do governo do Estado que visa incentivar a produção da piscicultura como um todo. Com ele, os produtores são capazes de produzir de 8 a 10 toneladas de tambaqui por ano. O governo financia 70% do projeto e os produtores os outros 30%. O objetivo é elevar a produção de 12 mil toneladas dos últimos anos, para 80 mil até 2014”, finalizou Vicente.
Pirarucu
O nome pirarucu é a junção das palavras tupis: pirá que significa “peixe” e urucum que segnifica “vermelho”, devido à cor de sua cauda. O peixe é o maior encontrado em rios e lagos do Brasil, e pode medir até três metros de comprimento e pesar mais de 200 quilos. Com sabor característico e carne de textura firme, o pirarucu é considerado o “bacalhau da Amazônia”. O pescado é encontrado na bacia Amazônica, e costuma viver em lagos e rios de águas claras e ligeiramente alcalinas com temperaturas que variam de 24 a 37 °C.
Autor: Portal Amazônia, com informações do Amazon Sat
Imagem: Internet
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