Pai da estudante disse que o regulamento do colégio é subjetivo. Nenhum representante da instituição quis falar sobre o assunto.
Uma adolescente de 16 anos foi impedida de assistir aula em Uberaba depois de pintar o cabelo de azul. A garota mudou a cor durante as férias e, na última segunda-feira (13), foi advertida pela direção da escola.
“Falei com a secretária e depois com o diretor sobre a minha filha. E ele disse que era por causa da disciplina, que precisava controlar os alunos. E eu disse que ia conversar com ela, pra saber se ela ia pensar se ia mudar o cabelo ou sair da escola”, contou o pai da estudante, Guilherme Diamantino. Nenhum representante do colégio quis falar sobre o assunto. A escola existe há 58 anos e conta com mais de três mil alunos.
Dois dias depois ela foi impedida de assistir aula. “Ela passou o cartão e o porteiro foi atrás dela. Falou que ela não podia ficar, que tinha ordem do diretor para ela não frenquentar a aula e tirou ela da escola”, acrescentou Guilherme.
O caso ganhou as redes sociais depois de um desabafo da adolescente e do pai dela na internet. O manifesto recebeu apoio de várias partes do país. Guilherme procurou entender o regulamento da escola. Ele é advogado e avalia a norma como subjetiva. “Ela prevê que o cabelo tem que estar dentro da normalidade, mas eu não sei o que isso quer dizer”, destacou.
Cintia Cunha é mãe de uma aluna da escola e também professora de ética em uma universidade. Ela protestou explicando que o regulamento não está disponível no site da escola e nem vem anexo ao contrato. “Essa é uma oportunidade única para a escola rever seu regime disciplinar em acordo com os alunos, que são os destinatários das normas”, disse.
Para o diretor do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinproep), Marcos Gennari, o fato reflete a falta de uma norma única reguladora da educação privada no Brasil. “Por isso o sindicato dos professores, a federação e a coordenação defendem que agora no mês de março, com dois anos de atraso, seja decidido o Plano Nacional de Educação incluindo a nossa proposta de regulamentação do ensino privado”, contou.
O pai da adolescente que pintou o cabelo de azul ainda não sabe se irá recorrer à justiça. “Não sei se judicialmente isso é necessário. Acho que muito é mais uma conscientização da sociedade sobre o que acontece e todo mundo fica calado, do que uma ação”, finalizou Guilherme. Mas independente do resultado da discussão, a estudante já está matriculada em outra escola.
Fonte G1
Imagem: internet
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