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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Inventor de Rondônia espera financiamento para produzir privadas ecológicas em grande escala


Um morador de Rondônia esta prestes a ser responsável por uma revolução na área de saneamento básico. Mario Benedito da Silva, que reside em uma área de garimpo, é inventor da privada ecológica. Ela permite que dejetos não contaminem o meio ambiente ou sejam lançados em águas ou no solo.

O despejo de efluentes in natura nos rios é proibido por lei. E, como os garimpos têm buracos ou fossas, nas dragas, usadas como banheiro, os dejetos são despejados diretamente nos rios, contrariando a legislação.

A partir da identificação do problema, o inventor criou, então, a privada ecológica, que transforma os dejetos em pó, pela ação da cal, que tem o poder de matar qualquer tipo de bactéria e promove o reaproveitamento dos resíduos. Segundo Mario Benedito da Silva, o material pode ser aproveitado na construção civil e como adubo para a terra. “Não polui solo, subsolo, lençol freático, camada de ozônio. E ainda reaproveita aquilo que era um grande problema, que é o rejeito humano, para a construção civil e, no campo, para adubo. Porque as fezes têm nitrogênio, fósforo, potássio, além da cal, que regula a acidez”.


Com o apoio da Associação Nacional dos Inventores (ANI), ele iniciou uma pequena produção de 70 privadas para uma empresa que atua no garimpo em seu estado. As unidades vão substituir as fossas nas dragas. A empresa entrou com o material e Mario Benedito com a mão de obra. Além disso, o inventor já vendeu 50 privadas para moradores de Porto Velho, Roraima, e também do Amazonas e Amapá.

O presidente da ANI, Carlos Mazzei, considera a privada criada por Mario Benedito um produto revolucionário, inclusive por não precisar de água. “Em 25 anos de trabalho, essa é uma das melhores, senão a melhor invenção que apareceu aqui”, disse. Para Mazzei, a privada ecológica poderia ser uma solução para favelas no Brasil e em outros países em desenvolvimento. “Acaba o problema de rede de esgoto no Brasil e no mundo”.

Mario Benedito disse, porém, que não tem condições de produzir para o grande mercado. “Para produzir mil peças por dia, eu precisaria, no mínimo, de R$ 2,5 milhões”, conta o inventor que já conseguiu a patente do produto. Ele conta que apresentou à Fundação Bill e Melinda Gates, que apoia projetos de desenvolvimento em países pobres, pedido de financiamento para a produção em larga escala. O pedido foi feito por e-mail.

O modelo do inventor brasileiro é confeccionado em chapa de ferro e revestido de aço inoxidável no interior. Mario Benedito disse que, a despeito de ter pedido financiamento internacional, também gostaria de saber do interesse do governo federal ou de alguma prefeitura, em instalar privadas tecnológicas em favelas.

Há 25 anos, a ANI assessora os inventores independentes que têm uma ideia inovadora e não sabem como colocar esse projeto no mercado. Mazzei destaca que é importante os inventores patentearem suas inovações, como fazem os que criam produtos inovadores em institutos de pesquisa, “porque, no Brasil, a Lei de Patentes é muito clara: é dono do invento quem patenteia primeiro. Não quem inventa primeiro, como ocorre nos Estados Unidos”.


Com informações Agência Brasil

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